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RPTF | VOLUME 16| ANO XI
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Impacto das otites médias (OM) na linguagem oral e memória: Revisão Rápida 

Marta Santos , Joana Rato , Ana Mineiro e Mara Moita

 

RESUMO

 

Objetivo: A OM (Otite média) na primeira infância tem vindo a ser associada a atrasos iniciais no desenvolvimento da linguagem e na memória a curto prazo (MCP), no entanto, ainda não é claro que a associação entre OM e problemas de desenvolvimento possa estar ligada à privação auditiva nos primeiros anos de vida resultante de episódios frequentes ou longos de OM. Este estudo apresenta uma revisão rápida por forma a responder à questão: será que a exposição limitada à língua oral derivada de OM poderá afetar tanto a aquisição e desenvolvimento da linguagem oral no domínio semântico- -lexical, assim como o desempenho da memória de trabalho em crianças? Método: A metodologia de revisão rápida foi utilizada a partir dos seguintes descritores e operadores boleanos: (otitis media) AND (semantics) AND (Lexicon) AND (memory) AND (child*), em seis bases de dados, nomeadamente, B-On; MEDLINE; Web of Science; Scopus; ERIC; PsycINFO e medRXiv. Estabeleceram-se como critérios de inclusão estudos realizados com crianças com historial de OM, artigos publicados em inglês, português e espanhol e artigos originais completos. Não foi feita restrição de artigos por data, localização e foram excluídos estudos com crianças com perturbação do desenvolvimento da linguagem. Resultados: Foram recolhidas 82 publicações, em que seis atenderam aos critérios de elegibilidade tendo sido consideradas como potencialmente relevantes para análise posterior detalhada. Dos estudos selecionados, quatro mostram a existência de relação entre a OM no início de vida e os desempenhos linguístico e cognitivo no período de desenvolvimento da criança, porém sem dados específicos sobre o conhecimento semântico-lexical. Quanto ao desenvolvimento da memória a curto prazo, dois estudos evidenciam alterações ao longo do desenvolvimento na representação fonológica de entidades devido à distorção nos estímulos fonéticos. Não foram encontrados estudos que relacionem no seu conjunto o conhecimento linguístico semântico-lexical e a capacidade de memória a curto prazo com as OM. Conclusão: Na escassez de estudos sobre o domínio semântico-lexical e de memória de trabalho na população infantil com OM, torna-se pertinente investigar os potenciais comprometimentos cognitivos ao nível linguístico e de memória devido a fragilidades do input auditivo decorrentes da frequência de OM durante o desenvolvimento infantil.

KEYWORDS: otites média, linguagem; semântica-lexical; memória de trabalho

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dx.doi.org/10.21281/rptf.2024.16.03

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