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RPTF | VOLUME 9 | ANO VII

Síndrome de Forestier e disfagia orofaríngea: avaliação multidisciplinar

 

Luís Castelhano, David Correia, Rui Cabral, Fátima Cruz, Luís Roque Reis e Pedro Escada

 

RESUMO

Objetivos: Ilustrar, através do relato de um caso clínico de uma doente com Síndrome de Forestier, a importância de uma abordagem multidisciplinar nos doentes idosos com disfagia orofaríngea. Métodos: Revisão do processo clínico de uma doente com disfagia orofaríngea, através da análise da história clínica, exame objetivo otorrinolaringológico e avaliação instrumental da deglutição por videofluoroscopia e videoendoscopia. Resultados: Mulher com 66 anos de ida-de, com queixas de disfagia progressiva para alimentos de consistência sólida, associada a sensação de corpo estranho cervical, com cerca de seis meses de evolução. A laringoscopia endoscópica evidenciou uma procidência da parede posterior da oro e hipofaringe. Foi solicitada uma videofluoroscopia de deglutição que revelou uma redução do diâmetro luminal do esófago cervical à custa de osteófitos exuberantes ao nível de C2-C4, com calcificação contínua do ligamento longitudinal anterior a partir de C4, sem que fossem evidentes outras alterações degenerativas da coluna cervical, sugerindo o diagnóstico de hiperostose idiopática difusa. Posteriormente, foi realizada uma videoendoscopia de deglutição. Ambos os es-tudos dinâmicos apresentaram resultados sobreponíveis, destacando-se a ocorrência episódios de penetração sem aspiração para bólus de 5, 10 e 20 mL nos níveis 3, 4 e 7 da International Dysphagia Diet Standardisation Initiative e resíduo moderado a severo nas valéculas. A disfagia foi considerada ligeira, nível 5 pela Dyshagia Outcome and Severity Scale. Foram propostas medidas compensatórias com otimização da consistência dos alimentos. Discussão: Apesar das consequências life-threatening associadas, a disfagia orofaríngea é muitas vezes precipitadamente categorizada como presbifagia, descurando uma investigação cuidada e tratamento adequado. No caso em questão, as alterações anatomo-funcionais encontradas interferem diretamente com a fase faríngea da deglutição, com consequências ao nível da segurança e eficácia da deglutição. Foi importante estabelecer medidas compensatórias ao nível da consistência dos alimentos, que permitiram obter resultados satisfatórios. 

Palavras-chave:  Síndrome de Forestier; Disfagia orofaríngea; Osteófitos 

DOI: dx.doi.org/10.21281/rptf.2019.09.04 

 
Copyright © 2019 Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala
 
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